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5 Dicas para Gerir o Estresse do Trabalho no Dia a Dia

26 / 10 / 19

Larissa Mallmann F. A. Brandão
MALLMANN CONSULTORIA

Dr. Hans Selye, em 1926, utilizou o termo ‘estresse’, para denominar o conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para adaptação. Assim, o ‘estresse’ é uma resposta do organismo após ser exposto a um agente estressor, real ou imaginário. É uma reação do corpo às circunstâncias do dia a dia, podendo associar componentes físicos e psicológicos. Não deve ser confundido com Depressão, que é uma doença psiquiátrica crônica, nem com o Burnout, que é uma síndrome resultante de estresse crônico com origem no ambiente de trabalho. Assim, o estresse pode ser um indício de uma doença ou uma reação pontual a condições externas, tanto negativas como positivas.

O Estresse Ocupacional é provocado por estressores, originados no ambiente de trabalho, que são percebidos pela pessoa como ameaçadores às suas necessidades de realização pessoal e profissional. E, embora ainda insuficientemente discutido nas organizações, este tipo de estresse é um risco constante ao bem-estar biopsicossocial de uma infinidade de profissionais em todo o mundo, inclusive dentro de um amplo espectro de faixa etária.

Certamente que nem todas as exigências de trabalho são indesejáveis ou abusivas. Ressalvando que há níveis pessoais de tolerância e resistência ao estresse, seguem abaixo algumas dicas para gerir, de forma individual, alguns dos principais estressores do dia a dia:

1 – Planejamento

Muitas pessoas apontam como principal agente estressor a sobrecarga de trabalho, abrangendo a sobrecarga de atividades propriamente dita, trabalho cansativo, demanda excessiva de exigências e poucas folgas. O ideal é conversar com a chefia a respeito, preferencialmente apresentando algum relatório e dados que validem a ocorrência dessa sobrecarga de tarefas ou acúmulo de funções.

Contudo, se você ainda não encontrou espaço para esse diálogo, estude a possibilidade de reorganizar e melhorar a distribuição e priorização das tarefas. Já pensou em adotar o Método GTD? GTD é o anacrônico da expressão em inglês “Getting Things Done”, que pode ser entendido como “Fazer as Coisas Acontecerem”. Esse Método foi criado por David Allen e consiste em 5 etapas que ajudam a gerenciar as tarefas com mais eficiência.

2 – Organizar a Vida lá Fora

Existem agentes estressores extraorganizacionais que, no entanto, têm o poder de potencializar os agentes estressores dentro do trabalho, em um círculo vicioso. Esses agentes estressores incluem: problemas financeiros, problemas familiares, distância do trabalho, multiplicidade de papéis, falta de lazer, doença, entre outros.

Neste caso, convém fazer uma pausa interna “para balanço” e, com serenidade e sinceridade, avaliar o quanto os estressores externos podem estar impactando, ou até mesmo sabotando, a vida profissional. Buscar a ajuda de um terapeuta ou um coach é uma boa forma para conduzir esse processo com um amparo profissional.

3 – Refrear os Pensamentos Disfuncionais

Tão importante quanto a saúde física, é a saúde mental. Embora os sentimentos e pensamentos negativos também façam parte da natureza humana, é importante atentar para a frequência e recorrência desses pensamentos disfuncionais. Repare nos pensamentos pessimistas, vitimistas e autodestrutivos que vão se acumulando ao longo dos dias, meses, anos…

Algumas atitudes que contribuem para uma mente mais sã: evitar noticiários de cunho sensacionalista, cuidar com o uso não saudável ou compulsivo da internet e redes sociais, atentar para a qualidade do conteúdo informacional consumido, evitar pessoas críticas demais, superar mágoas e rancores, exercitar a gratidão, orar e/ou meditar.

4 – Melhorar a Forma de Comunicação

A inabilidade de comunicação é capaz de prejudicar e destruir relacionamentos, pessoais e profissionais. Todos somos violentos em algum grau e a ‘Comunicação Não-Violenta’ (CNV) é uma forma de comunicação compassiva, cuja abordagem tem se mostrado mais eficaz e empática.

Segundo o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, autor do livro ‘Comunicação Não-Violenta’, a maioria de nós cresceu usando uma linguagem que estimula a rotular, comparar, exigir e proferir julgamentos em detrimento de encorajar a perceber o que estamos sentindo e do que precisamos. A CNV tem por base a escuta e a expressão verbal sem criticar, analisar, culpar, enquadrar ou diagnosticar os outros.

São 4 os componentes básicos da CNV como forma de expressão e recebimento de informação: a observação, o sentimento, a necessidade e o pedido. Dentre os vários benefícios da CNV, pode-se citar essa forma de abordagem como um ótimo exercício de autoconhecimento, capaz de aprimorar a nossa inteligência emocional de forma significativa.

5 – Técnicas de Respiração e Relaxamento Muscular

Treinos respiratórios para ansiedade e pânico são técnicas que ajudam a minorar sensações desagradáveis. O relaxamento muscular também é um bom instrumento no combate ao estresse. Tanto pode ser realizado em grupos, sob a orientação de um instrutor, como pode ser praticado isoladamente.

Por fim, uma filosofia de vida consciente sobre como a ‘mecânica do estresse’ opera na sua personalidade é uma das melhores maneiras para evitar que o estresse cause malefícios à sua saúde.

Com o que hoje se sabe sobre o estresse, é possível a praticamente qualquer pessoa identificar precocemente os impactos causados por agentes estressores. Bem informada e orientada, a pessoa é capaz de tomar providências para corrigir ou, então, se adaptar a determinado evento, por mais sutil que o mesmo seja.

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